sexta-feira, 15 de outubro de 2010

capitulo 9 ♥

— Então... você fica em Londres o tempo todo.
— Eu moro em Londres, mas viajo muito.
— Ah, claro, para visitar os seus pais na Grécia, eu suponho.
— Entre outras coisas.
— Que outras coisas?
— Com freqüência trabalho. Nova York, Paris. Recentemente, o Oriente Médio.
— Isso para quê? Formar um império global? — Vanessa riu, um pouco nervosa, e bebericou o café. — Tudo isso soa muito poder. O que você faz para relaxar? Vai a boates?
— Quando quero relaxar, eu quase sempre vou para Costwolds, pois tenho uma casa lá.
— Você tem uma casa em Costwolds. Um refúgio campestre.
— Pode-se dizer que sim. E agora? Você vai me atacar por todo esse luxo?
— Eu não estava atacando antes, se é isso o que você quer dizer.
— Não? O que você estava fazendo então?
— Estava rememorando por que você não tem nenhuma chance de me levar para a sua cama, não importa que a sua presunção diga que qualquer coisa que você queira, você consegue.
— Por que você não vem e senta aqui no sofá ao meu lado e me diz isso de novo?
O convite provocou um arrepio em Vanessa como uma corrente elétrica a lhe atravessar o corpo, mas ela agüentou firme e sustentou a expressão de desdém.
— É assim que você trata as mulheres que costumam sair com você? — disparou Vanessa.
— Não, eu acho que não.
— Eu sei disso. Pelo fato de trabalhar numa casa noturna, você crê que pode falar comigo como quiser e que eu, a coitadinha deslumbra­da, não terei outra saída a não ser cair a seus pés?
— Não, porque as mulheres com quem costumo sair já teriam tomado a decisão de sentar-se bem aqui perto de mim, se, obviamen­te, eu tivesse trazido alguma delas para cá, em primeiro lugar.
A mensagem nas entrelinhas daquela fala mansa atingiu Vanessa como um tiro e lhe enrubesceu a face.
— Você estaria tão na defensiva assim se nós não tivéssemos nos conhecido em uma casa noturna? — perguntou Zac. — Se eu não soubesse o que você faz para sobreviver?
— Nós não teríamos nos conhecido de outra forma.
— Você não respondeu à minha pergunta.
— Eu não estou na defensiva — mentiu Vanessa. — Eu sou realista. Nós somos de mundos diferentes. Olha como você está vestido, pelo amor de Deus! Eu apostaria a minha vida que o seu terno não estava pendurado em um cabide de uma loja de departamentos em Oxford Street.
— Essa linha de conversa não vai nos levar a lugar nenhum.
— Eu não quero ir a lugar nenhum com você!
— Então por que você está aqui?
Vanessa voltou a corar.
— Porque eu fui manipulada por você — disse ela atrapalhada.
— Não seja ridícula. Agora você está fingindo ser a vítima das circunstâncias. É assim que você se sente em relação a estar aqui? Comigo? Em relação a você?
— Você não entende.
— Me explique.
— Eu quero ir para casa agora.
— Não, você não quer. Vamos para o meu apartamento. Lá é mais confortável do que aqui.
— Mais perigoso, você quer dizer.
— Você acha que sou perigoso?
— Cautela nunca é em excesso. Uma garota não peca por ser cautelosa demais.
— Você é?
— Eu não nasci ontem, senhor Efron.
— Pare de me chamar assim. Meu nome é Zac. E você ainda não respondeu ao meu convite.
— Você já me disse quais são as suas intenções.
— Eu nunca me aproximei de uma mulher que não me quisesse próximo. Vamos subir.
— Eu vou ficar meia hora e depois ir embora. E dessa vez não quero que você volte ao meu trabalho para me ver! OK?
Ele não respondeu. Levantou-se à espera dela, proporcionando tempo para que Vanessa analisasse o que fazia. Subir para o aparta­mento dele? Outro passo rumo à beira do abismo. Pelo menos era assim que ela via as coisas.
Vanessa o acompanhou até o elevador e manteve os olhos fixos no painel de controle até a cabine vibrar e as portas se abrirem para um corredor acarpetado.
Ela sabia que o apartamento dele seria luxuoso, mas não havia se preparado para tanto.
Piso de madeira decorado com tapetes persas; uma superfície aberta e plana, que ampliava a noção de espaço e fazia com que os olhos se perdessem pela linda área composta com mobília baixa e minimalista, uma mesa de jantar cujo tampo de vidro era contornado por um friso grosso de madeira, e paredes brancas que exibiam pintu­ras grandes e intensas. A única coisa que separava a cozinha para onde agora os dois se dirigiam do espaço aberto era uma extensa bancada em semicírculo, com tampo de granito.
Vanessa o examinava, checava o modo como ele dominava cada centímetro do ambiente. Ela experimentou um novo arrepio, um sinal de alarme por Zac ter conseguido trazê-la ao hábitat dele.
— Gostou? — indagou Zac, enquanto operava uma sofisticada cafeteira.
Ela passou a língua nos lábios nervosa, e sentou-se em um dos bancos altos de cromo e madeira, junto à bancada da cozinha.
— Quem não gostaria?
— Onde você mora? — Ele deslizou pela bancada uma caneca chinesa totalmente branca, baixa e de louça grossa e a entregou. De­pois, Zac se ajeitou em um banco, do outro lado do tampo de granito, de frente para ela.
— Informação confidencial, lamento. — Eles se apoiavam sobre a bancada, tomando um gole do café, quando os olhos de ambos se cruzaram.
Ela tinha um rosto que ele simplesmente gostava de olhar. Vanessa também tinha uma mente com a qual ele realmente se sentia estimu­lado a argumentar e a contra-argumentar. Enfim, ela representava um desafio que ele não conseguiu resistiu em aceitar.
— Agora me pergunto por que não perguntei isto antes — comen­tou ele, entre goles de café, sem perdê-la de vista. — O que você faz quando não trabalha?
— Por quê?
— Porque normalmente esse é o tipo de coisa que as pessoas se perguntam durante uma conversa?
Vanessa avaliou o questionamento buscando descobrir por que esse homem a desconcertava. No entanto, já que ela não o veria mais depois daquela noite, qual seria a razão para mentir sobre algo que ela não precisava esconder?
— Eu dou uma dormida, quando possível.
— Há quanto tempo você está lá?
— Sete, oito meses.
Cuidadosa ela o mantinha sob vigilância, como se estivesse prepa­rada para se defender, a qualquer momento, de um movimento súbito e mais audacioso dele. Mesmo assim, Vanessa relaxara o suficiente para tirar a jaqueta e para arregaçar as mangas do moletom. O relógio dela era de plástico, com uma pulseira rosa.
Ela acertara quando dissera que os dois eram de mundos diferen­tes. De início, Rosalind não deixaria de usar o delicado Rolex de ouro.
Zac interrompeu as divagações e lembrou-se que aquilo não se tratava de um relacionamento, mas de um caso em seus primeiros passos. Ele não se encontrava disponível para relações sérias.
— E antes disso?
Vanessa encolheu os ombros.
— Eu trabalhava num restaurante.
— Então você trabalha de noite e dorme de dia. Uma vida de vampiro.
— Eu não passo o dia inteiro na cama — contestou ela, de novo sem baixar a guarda. — Eu... Eu faço outras coisas também.
— Por exemplo?
— Eu gostaria que você parasse de fingir interesse pelas coisas que faço ou deixo de fazer.
— E gostaria que você parasse de pensar que pode me ler como um livro. Um romance erótico brega impresso com letras grandes. — Ele lançou um sorriso maroto, e, mais uma vez, ela se ficou embara­çada e acabou sorrindo de volta. — Agora me diga o que você faz durante o dia?
— Eu... Bem, na verdade, eu estou fazendo um curso neste mo­mento. — Vanessa abaixou os olhos e se censurou. O que passou pela cabeça dela para que divulgasse uma informação tão pessoal?
Ela pensou em Frankie e percebeu incomodada que não se lembra­ra dele durante horas.
— Que curso?
— Marketing.
— Marketing?
— Isso mesmo! Marketing! — Vanessa o encarou irritada, com as críticas ferinas de Frankie na cabeça. — Sim, deixei a escola quando tinha 16 anos! Sim, não sou exata­mente o que a maioria das pessoas consideraria um sucesso de mar­keting! Mas posso chegar lá! O fato de trabalhar à noite com pouca roupa numa boate não significa que não tenha um cérebro em bom estado, funcionando perfeitamente! Você pode pensar que sou mais uma tola, mas você está errado!
— Eu acho uma excelente idéia.
— O quê...?
— Eu disse que acho uma excelente idéia. Por que você deixou a escola aos 16?
— Eu... Todo mundo que conhecia estava fazendo isso... Parecia excitante naquela época... deixar a escola, tornar-se um adulto, ga­nhar dinheiro... — Enquanto contava, ela brincava com a asa da cane­ca e se distraía com a borra de café no fundo do recipiente.
— E isso foi... há quanto tempo?
— Sete anos. — Vanessa estava pronta para protestar qualquer co­mentário cáustico sobre o seu fiasco escolar.
— E você nunca pensou antes em voltar a estudar?
— Não é tão fácil quanto você pensa!
— Com força de vontade tudo se consegue — murmurou Zac, notando como os seios dela repousavam graciosamente sobre a ban­cada. — E quando você termina o seu curso de marketing?
— Eu entrego o meu último trabalho na semana que vem.
— Então você vai deixar a boate e procurar um emprego?
— Então seguro o meu trabalho na boate porque preciso do di­nheiro e começo a rodar pelas agências de emprego. Às vezes, a supervisora do curso recomenda alguém para um trabalho, mas o aluno precisa ser muito bom. — Vanessa ergueu o queixo e lembrou-se de retomar a expressão de contrariada. — Pronto, este é o resumo da minha vida. Agora acho que é hora de voltar para casa.
— Onde dormir se encaixa nisso tudo?
— Como?
— Dormir? Você deve ser adrenalina pura.
— Eu consigo tirar pelo menos seis horas de sono em cada 24 horas.
— Eu a deixo em casa, mas você pode passar a noite aqui. Eu tenho três quartos.
— Passar a noite? — Vanessa olhou-o, incrédula. — Você ficou louco...?

Continua.....

ESPERO QUE GOSTEM !

2 comentários:

  1. Ai, ai Zac
    Você tem grandes maus intenções em!
    Ahuahuahu, amei o capitulo, super lindo!
    Bjos!

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  2. ZAC!!!!!!!!!!!SAFADO NO BAAAAALDE.....KKKK
    olha a loka aqui de novo!!!!!!!!!!!!
    kkkkkk
    bjks!!!!
    posta mais!!!!!!

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