quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Capitulo 17 ♥

— Eu posso pegar um táxi de volta para casa — afirmou ela, enquanto Zac assinava o comprovante do cartão de crédito.
— Isso tem um quê ser déjà-vu — resmungou Zac, pondo-se de pé.
— Nós não podemos... — Não adiantava fingir que ela não tinha lido as intenções no olhar de Zac. Nem se enganar sobre o que a vontade dele excitara nela. Mas era já preocupante ela ter se divertido tanto no jantar, um passo perigoso para se viciar na companhia dele. Dormir com Zac seria perder todo o juízo que restara.
— Por que nós não podemos? — murmurou Zac.
Ele pôs a mão no cotovelo dela e a escoltou até a saída do restau­rante. Ao toque dele, Vanessa esforçou-se para manter inteiro o seu bom senso, que se esfarelava em meio à excitação e ao medo de ser sugada pelos próprios instintos.
— Frankie e eu terminamos há pouco tempo — explicou Vanessa, apelando para ele e para ela também. — Eu não estou disponível agora.
— Por que nós devemos lutar contra o que sentimos? Eu vou chamar um táxi para nós dois. Isso já passou dos limites.
— E o seu carro?
— Ele fica aqui. Eu mando o meu motorista pegá-lo.
— Está vendo por que nós não podemos nos envolver!
— Por que vou ter que deixar o meu carro aqui.
— Você está deliberadamente se fazendo de desentendido!
— E você está deliberadamente tentando encontrar desculpas. Por quê? — Zac inclinou-se para ficar frente a frente com ela. Vanessa inspirou fundo o aroma limpo e masculino dele. — Por que você foge tanto? — O tom da pergunta de Zac misturava inconformismo e zombaria pelas idas e vindas dela.
— Eu não quero me envolver — reagiu Vanessa, sem a mesma ênfase de protestos anteriores. O táxi pedido se aproximava.
— Sobre que tipo de envolvimento você está falando? Um homem pendurado nos seus ombros como um peso morto? Era isso que você tinha com ele, ou você se esqueceu? Acredite em mim, eu tampouco quero envolvimento.
O táxi parou, e Zac, pela janela do motorista, deu o seu endere­ço como destino. Em seguida, olhou para Vanessa e abriu devagar um sorriso. A barriga dela gelou.
— Ser ou não ser...?
Vanessa entrou no carro e deslizou no banco de trás para dar espaço para ele. Uma excitação quente e traiçoeira pulsava nas veias dela. Ela não sabia por que insistia em discutir. Cada argumento que apre­sentava, ele rebatia com uma resposta razoável.
— Você prefere morar com um homem pelo qual tem pena e se proibir de qualquer outra experiência? O hábito pode ser uma coisa destrutiva, Nessa.
— Frankie não... — Ah, sim, ele fez. O ex-namorado a exauriu, riu das suas aspirações, assistiu à batalha da namorada para ganhar dinhei­ro, enquanto bebia as economias, sem se dar ao trabalho de procurar um emprego. Ele foi egoísta, egoísta como uma criança. E foi provavel­mente por causa do lado infantil dele que ela o suportou.
Zac Efron não era uma criança. Ele era cem por cento homem. Ele poderia magoá-la de uma maneira diferente, Vanessa intuía.
— Pare de arrumar desculpas para esse homem — disse Zacs. — Você pode conhecê-lo há muito tempo, mas isso não o impede de ter sido uma corda no seu pescoço.
— Você é tão frio e calculista — resmungou Vanessa.
— Eu sou realista. Nós dois somos adultos e estamos atraídos um pelo outro. Mais: nenhum dos dois busca compromisso ou casamen­to. Ou não?
— Eu, definitivamente, não — respondeu Vanessa brava. — Você não precisa ter medo de se enrolar com uma mulher que não tem absolutamente nada a ver com você.
— É assim que você vê as coisas. — Todo o autocontrole dele estava empenhado em evitar uma aproximação, um toque nela. Zac não conseguia se lembrar de quando quis tanto uma mulher como queria Vanessa, ou de quando foi obrigado a conter tanto os seus ins­tintos. — Que não haveria nenhuma chance de eu querer uma relação séria com você por sermos de origens sociais diferentes?
Vanessa balançou a cabeça de modo cínico.
— Não que isso faça alguma diferença para mim — disse ela. — Estou apenas tentando esclarecer as coisas.
— Você quer dizer que não ficaria magoada se esse fosse o caso?
No minuto em que ele fez a indagação, disparada com a costumei­ra precisão para atingi-la na região mais vulnerável, Vanessa levantou a crista para se defender.

Continua ... ->

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