Ele fazia com que tudo parecesse perfeito. Duas pessoas, ambas desiludidas com as suas relações anteriores, sem que pudessem evitar a atração recíproca, mas cientes da inconveniência de se apaixonarem.
Gato escaldado tem medo de água fria, pensava Vanessa agora. Tinha o raciocínio movido a provérbios.
Frankie e ela deveriam ter constituído o casal ideal. Evoluíram de amiguinhos de infância para namorados da adolescência. Tinham que terminar, logicamente, como adultos felizes e realizados, mas acabaram mais enrolados do que um novelo de lã.
E Zac nem precisava lhe revelar o que ela já havia deduzido por conta própria. Rosalind pertencia ao mesmo meio social que ele, e mesmo assim a relação ruiu sob o peso das incompatibilidades.
E aí estavam Zac e Vanessa agora, sem almejar nada além do presente.
E meu Deus, como ela o queria, cada músculo do corpo dela o queria.
Vanessa recusou a oferta de uma bebida. Encarou-o. Estremeceu e delirou diante do calor intenso da olhada dele.
— Não quer mesmo um drinque para criar coragem? — perguntou Zac, enfim, cedendo ao anseio de tocá-la. Acariciou o rosto de Vanessa com suas mãos largas.
— Eu só preciso de álcool para fazer o que eu não quero fazer — respondeu Vanessa. Ela espalmou as duas mãos no peito de Zac e começou a desabotoar a camisa dele com os dedos trêmulos. A cada botão fora da sua casa, Vanessa contemplava um pouco mais do tórax bronzeado, firme, e dos ombros musculosos.
— Melhor você parar por aí — aconselhou Zac, com a voz rouca. — Ou não vai dar tempo de a gente chegar até o quarto.
Ele a pegou no colo e a levou para um dos quartos do apartamento, chutando a porta para abrir a passagem.
Gentilmente, Zac a acomodou na sua cama. Em silêncio, ele a observou deitada por uns poucos segundos, nos quais Vanessa sentiu que o coração dela desacelerou. Zac, então, acendeu um dos abajures da cômoda que tomava uma parede inteira do aposento.
Vanessa tinha vontade de se esticar na cama como um gato, para que o calor do olhar dele a aquecesse por inteiro. Ela se contorceu um pouco, suspirou e assistiu fascinada a Zac tirar a roupa.
A um desavisado, Vanessa passaria a idéia de ser uma virgem maravilhada com as primeiras imagens do corpo masculino em toda a sua glória. Não que todos os corpos masculinos fossem gloriosos como o de Zac. Se é que havia um tão glorioso.
Ele livrou-se da camisa social e expôs os ombros largos, a barriga dura, de músculos definidos, mamilos planos e escuros. Lentamente, desafivelou o cinto. O olhar de Vanessa seguia as mãos de Zac e se fixava agora no ponto onde ele abria o zíper da calça, a cintura perfeita dele.
— Prepare-se — afirmou Zac, sorrindo. — Quando eu acabar, vai ser a sua vez...
— Eu posso ter usado vestidinhos apertados em boates, mas strip-tease não é a minha especialidade. — Vanessa ficou com a boca seca, ao acompanhar Zac deslizar os dedos por entre o elástico da cueca boxer. E então os lábios dela curvaram-se num sorriso malicioso, de pura satisfação, ao avistarem e constatarem o tamanho da masculinidade dele.
— Bem, vamos ter que aprimorar esse seu lado. — Zac debruçou-se sobre Vanessa e começou a despi-la, saboreando cada segundo da exposição gradual do corpo dela.
A pele de Vanessa tinha textura de cetim. Primeiro, os ombros. Depois o resto, exceto o sutiã de renda que mal lhe escondia os seios. Um toque no fecho e pronto. Zac abriu o sutiã e gemeu ao libertar as duas elevações brancas, generosas, e ao revelar os botões de rosa, que ele sonhara acariciar.
Vanessa permanecia deitada, sem se mover, trocando olhares com ele. Uma onda de desejo, de tão poderosa, a obrigou a fechar os olhos e a fez suspirar.
Ela queria que Zac a tocasse. Seus seios ansiavam pelo toque dele.
Em vez disso, ele terminou o que iniciara. Tirou toda a roupa dela até que Vanessa ficasse inteiramente nua.
— Feliz? — perguntou ele, com uma voz trêmula. Deitou-se então sobre ela e, por alguns momentos, somente a olhou. Mais do que tudo, queria vê-la feliz, saber que Vanessa se entregava a ele de corpo e alma, sem dúvidas, sem culpas.
— Feliz — reconheceu Vanessa, tão trêmula quanto ele. Ela levantou os braços para colocar as mãos em volta da cabeça de Zac e trazê-lo para beijá-la. O beijo pareceu sem fim, devagar, estimulante. O beijo explorador, sem pressa, de um casal para o qual o tempo finalmente parará.
— Eu me sinto como uma adolescente. — Vanessa sorriu, sem fôlego.
— Nós deveríamos ter nos encontrado quando você era uma.
— Ah, aos 16, eu estava encantada por Frankie. — Vanessa espichou o pescoço para dar uma série de beijos rápidos na sua boca, movendo o corpo sinuosamente debaixo de Zac, adorando sentir seu membro duro contra ela.
— Porque você não tinha ainda me conhecido. — Zac moveu-se para baixo, trilhando com a língua o pescoço dela, descendo até o vão entre os seios. Vanessa prendeu a respiração e curvou a espinha para facilitar o trabalho dele. Soltou um gemido longo de absoluto prazer, quando por fim Zac envolveu com a boca um dos mamilos dela e se pôs a sugá-lo, acariciá-lo com a língua.
Zac segurou as mãos inquietas de Vanessa e as prendeu uma em cada lado dos seus corpos, enquanto continuava a brincar com os seios dela, provocá-los com a boca. Primeiro um, depois o outro, até que os dois mamilos latejassem.
Quando ela gritou, parecia a voz de uma outra pessoa, vinda de um outro lugar.
À mercê do ritual lento e cuidadoso de Zac, Vanessa nunca experimentara tamanha sensualidade. Ela tinha consciência de como se remexia embaixo dele. Queria mais. E queria agora.
No entanto, Zac seguia sem pressa.
Ele havia esperado por aquela mulher. Ao tocá-la, sentir o movimento dela, ouvi-la gemer por ele, Zac tinha a impressão de que a esperara por toda a vida. Não correria com as coisas agora, embora soubesse que bastaria Vanessa tomar a iniciativa para que ele corresse o sério risco de não se segurar. Ele não era mais o mestre do amor. O amor o comandava agora.
Zac soltou as mãos de Vanessa e moveu-se ainda mais para baixo, sentindo com a boca a carne tensa do ventre dela. Passou para o umbigo. O corpo de Vanessa respondeu aos carinhos instintivamente, afastando as pernas para acomodar a língua dele.
Vanessa buscou ar, sem fôlego, no momento em que as mãos de Zac gentilmente pressionaram o interior suave das suas coxas, permitindo a ele acesso irrestrito à feminilidade úmida dela.
A partir daí, a ponta da língua dele começou a jogar com aquele pequeno botão, para lá e para cá, até Vanessa estar a ponto de gritar de maravilhosa agonia. Sempre que a levava até o limite, Zac retrocedia, deixando a emoção dela vazar, para voltar a saboreá-la, a lambê-la, a enviando para outro planeta, um que Vanessa nunca visitara antes.
Será que ele se sentia excitado de maneira tão selvagem e descontrolada pelo fato de ter ele esperado por ela, e não vice-versa? Zac não saberia responder. Admirá-la deitada passiva na cama, nua e gloriosa, o eletrizava tanto, que ele havia sido momentaneamente privado de pensamentos.
E agora, enfim, sentindo o movimento dela sob ele...
Zac afastou-se um pouco e girou com ela para que agora fosse a vez de Vanessa estar por cima. Os seios, tentadores, se bateram no ar sobre o rosto dele, e Zac capturou um dos mamilos com a boca. Sugou-o com força, mesmo já tendo a mulher colada no seu corpo. Vanessa encaixara Zac nela de forma justa, aconchegante. Ela mexia-se em um ritmo perfeito, dançando junto com ele.
Os corpos de ambos estavam sintonizados. Unidos como se fossem um só. Finalmente, os dois atingiram o clímax. Chegaram lá juntos.
Demorou até que o corpo agitado e trêmulo de Zac se restabelecesse do impacto do orgasmo. Vanessa então se esparramou sobre ele com um pequeno suspiro. Minutos se passaram até que ela rolasse para se deitar ao lado dele. Com o cotovelo sobre o colchão, Vanessa apoiou o rosto na mão para observá-lo de cima.
Ela poderia contemplá-lo ali para sempre. Zac virou-se, e eles se examinaram. Delicadamente, ele tirou o cabelo que cobria o rosto dela e a trouxe de volta para cima dele. Posicionou a cabeça de Vanessa debaixo do seu queixo e beijou os cabelos finos e morenos.
continua...->
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