sábado, 23 de outubro de 2010

Capitulo 19 ♥

Ele fazia com que tudo parecesse perfeito. Duas pessoas, ambas de­siludidas com as suas relações anteriores, sem que pudessem evitar a atração recíproca, mas cientes da inconveniência de se apaixonarem.
Gato escaldado tem medo de água fria, pensava Vanessa agora. Ti­nha o raciocínio movido a provérbios.
Frankie e ela deveriam ter constituído o casal ideal. Evoluíram de amiguinhos de infância para namorados da adolescência. Tinham que terminar, logicamente, como adultos felizes e realizados, mas acaba­ram mais enrolados do que um novelo de lã.
E Zac nem precisava lhe revelar o que ela já havia deduzido por conta própria. Rosalind pertencia ao mesmo meio social que ele, e mesmo assim a relação ruiu sob o peso das incompatibilidades.
E aí estavam Zac e Vanessa agora, sem almejar nada além do presente.
E meu Deus, como ela o queria, cada músculo do corpo dela o queria.
Vanessa recusou a oferta de uma bebida. Encarou-o. Estremeceu e delirou diante do calor intenso da olhada dele.
— Não quer mesmo um drinque para criar coragem? — perguntou Zac, enfim, cedendo ao anseio de tocá-la. Acariciou o rosto de Vanessa com suas mãos largas.
— Eu só preciso de álcool para fazer o que eu não quero fazer — respondeu Vanessa. Ela espalmou as duas mãos no peito de Zac e começou a desabotoar a camisa dele com os dedos trêmulos. A cada botão fora da sua casa, Vanessa contemplava um pouco mais do tórax bronzeado, firme, e dos ombros musculosos.
— Melhor você parar por aí — aconselhou Zac, com a voz rouca. — Ou não vai dar tempo de a gente chegar até o quarto.
Ele a pegou no colo e a levou para um dos quartos do apartamento, chutando a porta para abrir a passagem.
Gentilmente, Zac a acomodou na sua cama. Em silêncio, ele a observou deitada por uns poucos segundos, nos quais Vanessa sentiu que o coração dela desacelerou. Zac, então, acendeu um dos aba­jures da cômoda que tomava uma parede inteira do aposento.
Vanessa tinha vontade de se esticar na cama como um gato, para que o calor do olhar dele a aquecesse por inteiro. Ela se contorceu um pouco, suspirou e assistiu fascinada a Zac tirar a roupa.
A um desavisado, Vanessa passaria a idéia de ser uma virgem mara­vilhada com as primeiras imagens do corpo masculino em toda a sua glória. Não que todos os corpos masculinos fossem gloriosos como o de Zac. Se é que havia um tão glorioso.
Ele livrou-se da camisa social e expôs os ombros largos, a barriga dura, de músculos definidos, mamilos planos e escuros. Lentamente, desafivelou o cinto. O olhar de Vanessa seguia as mãos de Zac e se fixava agora no ponto onde ele abria o zíper da calça, a cintura perfei­ta dele.
— Prepare-se — afirmou Zac, sorrindo. — Quando eu acabar, vai ser a sua vez...
— Eu posso ter usado vestidinhos apertados em boates, mas strip-tease não é a minha especialidade. — Vanessa ficou com a boca seca, ao acompanhar Zac deslizar os dedos por entre o elástico da cueca boxer. E então os lábios dela curvaram-se num sorriso malicioso, de pura satisfação, ao avistarem e constatarem o tamanho da masculinidade dele.
— Bem, vamos ter que aprimorar esse seu lado. — Zac debru­çou-se sobre Vanessa e começou a despi-la, saboreando cada segundo da exposição gradual do corpo dela.
A pele de Vanessa tinha textura de cetim. Primeiro, os ombros. Depois o resto, exceto o sutiã de renda que mal lhe escondia os seios. Um toque no fecho e pronto. Zac abriu o sutiã e gemeu ao libertar as duas elevações brancas, generosas, e ao revelar os botões de rosa, que ele sonhara acariciar.
Vanessa permanecia deitada, sem se mover, trocando olhares com ele. Uma onda de desejo, de tão poderosa, a obrigou a fechar os olhos e a fez suspirar.
Ela queria que Zac a tocasse. Seus seios ansiavam pelo toque dele.
Em vez disso, ele terminou o que iniciara. Tirou toda a roupa dela até que Vanessa ficasse inteiramente nua.
— Feliz? — perguntou ele, com uma voz trêmula. Deitou-se então sobre ela e, por alguns momentos, somente a olhou. Mais do que tudo, queria vê-la feliz, saber que Vanessa se entregava a ele de corpo e alma, sem dúvidas, sem culpas.
— Feliz — reconheceu Vanessa, tão trêmula quanto ele. Ela levan­tou os braços para colocar as mãos em volta da cabeça de Zac e trazê-lo para beijá-la. O beijo pareceu sem fim, devagar, estimulante. O beijo explorador, sem pressa, de um casal para o qual o tempo finalmente parará.
— Eu me sinto como uma adolescente. — Vanessa sorriu, sem fôlego.
— Nós deveríamos ter nos encontrado quando você era uma.
— Ah, aos 16, eu estava encantada por Frankie. — Vanessa espi­chou o pescoço para dar uma série de beijos rápidos na sua boca, movendo o corpo sinuosamente debaixo de Zac, adorando sentir seu membro duro contra ela.
— Porque você não tinha ainda me conhecido. — Zac moveu-se para baixo, trilhando com a língua o pescoço dela, descendo até o vão entre os seios. Vanessa prendeu a respiração e curvou a espinha para facilitar o trabalho dele. Soltou um gemido longo de absoluto prazer, quando por fim Zac envolveu com a boca um dos mamilos dela e se pôs a sugá-lo, acariciá-lo com a língua.
Zac segurou as mãos inquietas de Vanessa e as prendeu uma em cada lado dos seus corpos, enquanto continuava a brincar com os seios dela, provocá-los com a boca. Primeiro um, depois o outro, até que os dois mamilos latejassem.
Quando ela gritou, parecia a voz de uma outra pessoa, vinda de um outro lugar.
À mercê do ritual lento e cuidadoso de Zac, Vanessa nunca expe­rimentara tamanha sensualidade. Ela tinha consciência de como se remexia embaixo dele. Queria mais. E queria agora.
No entanto, Zac seguia sem pressa.
Ele havia esperado por aquela mulher. Ao tocá-la, sentir o movi­mento dela, ouvi-la gemer por ele, Zac tinha a impressão de que a esperara por toda a vida. Não correria com as coisas agora, embora soubesse que bastaria Vanessa tomar a iniciativa para que ele corresse o sério risco de não se segurar. Ele não era mais o mestre do amor. O amor o comandava agora.
Zac soltou as mãos de Vanessa e moveu-se ainda mais para bai­xo, sentindo com a boca a carne tensa do ventre dela. Passou para o umbigo. O corpo de Vanessa respondeu aos carinhos instintivamente, afastando as pernas para acomodar a língua dele.
Vanessa buscou ar, sem fôlego, no momento em que as mãos de Zac gentilmente pressionaram o interior suave das suas coxas, permitindo a ele acesso irrestrito à feminilidade úmida dela.
A partir daí, a ponta da língua dele começou a jogar com aquele pequeno botão, para lá e para cá, até Vanessa estar a ponto de gritar de maravilhosa agonia. Sempre que a levava até o limite, Zac retroce­dia, deixando a emoção dela vazar, para voltar a saboreá-la, a lambê-la, a enviando para outro planeta, um que Vanessa nunca visitara antes.
Será que ele se sentia excitado de maneira tão selvagem e descon­trolada pelo fato de ter ele esperado por ela, e não vice-versa? Zac não saberia responder. Admirá-la deitada passiva na cama, nua e glo­riosa, o eletrizava tanto, que ele havia sido momentaneamente priva­do de pensamentos.
E agora, enfim, sentindo o movimento dela sob ele...
Zac afastou-se um pouco e girou com ela para que agora fosse a vez de Vanessa estar por cima. Os seios, tentadores, se bateram no ar sobre o rosto dele, e Zac capturou um dos mamilos com a boca. Sugou-o com força, mesmo já tendo a mulher colada no seu corpo. Vanessa encaixara Zac nela de forma justa, aconchegante. Ela me­xia-se em um ritmo perfeito, dançando junto com ele.
Os corpos de ambos estavam sintonizados. Unidos como se fos­sem um só. Finalmente, os dois atingiram o clímax. Chegaram lá juntos.
Demorou até que o corpo agitado e trêmulo de Zac se restabe­lecesse do impacto do orgasmo. Vanessa então se esparramou sobre ele com um pequeno suspiro. Minutos se passaram até que ela rolasse para se deitar ao lado dele. Com o cotovelo sobre o colchão, Vanessa apoiou o rosto na mão para observá-lo de cima.
Ela poderia contemplá-lo ali para sempre. Zac virou-se, e eles se examinaram. Delicadamente, ele tirou o cabelo que cobria o rosto dela e a trouxe de volta para cima dele. Posicionou a cabeça de Vanessa debaixo do seu queixo e beijou os cabelos finos e morenos.

continua...->

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